A montanha pariu um rato. Pois mas disso já ninguém tinha dúvidas, aquilo que me continua a surpreender na política nacional ( e aí, esta senhora não é nada diferente do suposto engenheiro que nos comanda, e olhem que eu até sou filiado no PS) é continuar-se a tratar o português como estúpido.
Foi hoje a apresentação do programa de um governo PSD, admito que não li a totalidade do programa, mas são 23 páginas com mais do mesmo. Não ponho em causa a bondade das propostas, ponho em causa a honestidade da política que se faz neste pais.
Quando Manuela Ferreira Leite diz: "Este compromisso (...) distingue-se dos habituais programas partidários. Fazemos uma selecção de prioridades. Tomamos o compromisso de dar prioridade à economia, às questões sociais de solidariedade, de saúde, à justiça, à educação e à segurança" nós até pensamos que finalmente alguém em portugal vai fazer política, ou seja opções.
Mas não, isso era pedir demais. Olhando para o programa político dos principais partidos em Portugal, todos apostam em todas as áreas! Ou seja antes das eleições, os orçamentos são ilimitados, vamos fazer tudo em todo o lado.
Vamos apostar na educação, saúde, solidariedade, economia, justiça, segurança, defesa, Política externa, comunidades, autonomias, autarquias, administração publica, ambiente, ordenamento, ciência, cultura, juventude... enfim vamos apostar em tudo! E o que nos distingue dos outros partidos? Nós a que vamos fazer! Ou seja.. nada.
O que devemos pedir de um politico é que nos proponha opções, o mais claras possiveis, que nos diga que vai preterir uma área em favor de outra, que vai apostar num sector e noutro não. Que nos diga as diferenças e não as semelhanças entre as ideias e propostas, o que precisamos é que genuinamente queiram que façamos escolhas de ideias e não apenas de pessoas.
Aparentemente, em Portugal, é pedir demais.